Junte três bêbedos, um violão, um bongô, um balde, uma flauta, uma lata de tinta e alguns aditivos aos já aditivados e misturando isso tudo à mentes seqüeladas e pelo tempo e pela falta dele e grave tudo isso num celular – sem que eles saibam que isso esteja acontecendo – e deixe a coisa toda fluir. O que pode sair disso é algo inesperado, despretensioso, cru, sincero e da pesada. Pois então: é isso que “as aventuras de graxeboratha pelos campos petrolíferos de suape – em dois tomos” pode se enquadrar – sem ser quadrado.
O primeiro tomo saiu desse jeito, como um vômito mental contido nessas mentes perturbadas, de empregos miseráveis e tristes, cheios de barato e tudo o mais. O segundo tende a seguir esse conceito, em cima de outro conceito. As edições das músicas foram feitas todas pelo Audacity, programa shareware disponível pra qualquer pessoa que queira. O disco conta a história da figura mítica do Inocoop (conjunto residencial Ignês Angreazza), conhecido como gordo Nino, que já dormiu na rodoviária e cortou nosso Estado até acabar no Inocoop e passar seus dias sentado num buraco localizado numa parede, fumando um cigarro de um trago só, enquanto o tão amado cigarro sem filtro – vagabundo como nós – não aparecia pra ser devorado pelo mesmo. Hoje, o paradeiro do gordo Nino é desconhecido, mas as apostas são todas depositadas na sua morte. As aventuras de Graxeboratha pelos campos petrolíferos de Suape, “no mínimo intrigante”.
Angelo Souza
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