sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Noise Guitar: Anticrise - Grilowsky + D mingus (2015)



Escuta e Download: https://soundcloud.com/noiseguitar/noise-guitar-anticrise-grilowskydmingus
Sound performance Noise Guitar
IRAQ/CUBA
Rua do Sossego 666
23/09/2015
Hellcife - Brazil

Graxa - Molho (2013)


Download em: http://www.mediafire.com/download/p27oda9aney3fcn/Molho+%282013%29.rar

Angelo Souza resolveu se cercar de canções cronicamente confessionais para estrear com o disco Molho. Sob a alcunha de Graxa, rodeado de amigos-músicos, entre eles D mingus – que trabalhou na co-produção do álbum juntamente com o próprio Graxa –, fez da confissão um método de composição que, em medidas desproporcionais, correria o risco de soar clichê e ultrapassado. Não foi o caso. A habilidade de Graxa em traduzir os pequenos desastres do dia a dia em música fez das letras do disco recortes irônicos da vida. “Vou ter que decidir se eu bebo ou seu trago/ E como eu já to embriagado eu decido comprar”, sussurra a voz e teclas da faixa de abertura “Acho que nesse domingo eu vou ficar triste”.

O álbum é dividido em Lado A e B, com a faixa título “Molho” recortando esses dois lados. A música não chega há ter um minuto sequer, mas diz muito sobre o humor presente nas letras de Graxa, e serve muito bem para representar a mistura de rock e blues que passeia pela maioria dos arranjos. “Tendo no espelho saudades do meu cabelo” e “Um bando de crocodilos” são outros destaques que mimetizam várias possibilidades estéticas nas composições do álbum. A cantora Isaar, por exemplo, regravou “Tudo em volta de mim vira um vão” para o seu novo disco, a ser lançado brevemente. Assim, as canções de Graxa têm aberturas que permitem a outros artistas se apropriarem delas. Molho, de forma surpreendente, consegue soar antigo sem ser anacrônico. As texturas alcançadas durante as gravações, bem como as participações especiais, assim como a de Aninha Martins em “Doutor, por favor” e “Que resignação” deram um colorido especial para as vozes de Graxa, presente nas crônicas que ele destila, nos assuntos prosaicos em que aborda. Sem perceber, entre um gole e outro, fez um disco recheado de boas canções e alguns sorrisos de estórias.

por Carlos Gomes (site: Outros Críticos)


D Mingus - Saturno Retrógrado (2015)


Escuta e download em: https://dmingus1man.bandcamp.com/album/saturno-retr-grado

Saturno Retrógrado, quarto álbum solo do compositor pernambucano D Mingus, é um disco de ruptura. Primeiro, porque é o menos “solo” da discografia do cara, já que conta com um caralhau de participações especialíssimas, dos brother in arms Angelo Graxa, Juvenil Silva e Zeca Viana aos “parceiros espirituais” Bonifrate (Supercordas) e Daniel Liberalino. Depois, porque joga o folk caseiro de Canções do Quarto de Trás (2012) e os climas gélido-futuristas de Fricção (2013) em uma sonoridade caleidoscópica em que ainda cabem com folga psicodelia, rock de garagem, música nordestina, pop e sutis toques orientais.

Em toda a sua diversidade, Saturno Retrógrado se assemelha mais a Filmes e Quadrinhos (2010), primeira aventura solo de Mingus pós-Monodecks. Mas enquanto aquele era um disco de sonoridade mais contida, que espertamente usava a sutileza para driblar as limitações técnicas da gravação caseira, Saturno Retrógrado é um trabalho muito mais complexo e bem acabado, em qualquer direção que toma.

Sim, Saturno Retrógrado é um disco predominantemente roqueiro, coalhado de fuzz (vide “Carnaval dos Sentidos”, “Zeto, o Tal”) e de riffs e solos fritados (“Jovem Vampiro”).  Mas essa talvez seja uma definição rasteira, simplista até. As guitarras podem até dar o tom, mas nem sempre conduzem aos lugares óbvios.

É torcendo e entortando a fórmula que o discurso de Mingus encontra mais ressonância; entre soluções melódicas que fogem do lugar comum de forma espontânea, tão naturais quanto um papo de esquina. O “complexo” de alguns parágrafos acima vai se alojar nos arranjos, cheios de detalhes a serem descobertos a cada audição, de preferência com uns fones decentes.

Não por acaso, Saturno Retrógrado é o disco de Mingus que mais demorou a ser concluído – as gravações correram soltas entre 2013 e o segundo semestre desse ano, em diversos home estúdios espalhados por aí. Talvez por isso, a busca solitária do artista seja um tema recorrente no disco, com Mingus ora pulando “de galho em galho/de muro em muro” (“Gato da cidade”) para sobreviver numa “Ostra City/ fechada em sua própria escrotice” (“Ostra City”); ora se imaginando “em um fosso secreto/do piano bar/uma orquestra de fantasmas/a me acompanhar/resignados” (em “Sinfônico Blues”).

Na delicada “O Náufrago”, cheia de climas e detalhes à Olivia Tremor Control, o cantor resume, em poucas e boas palavras, o processo exaustivo da labuta criativa: “jogando minha rede contra a maré/ às vezes o que eu pesco/ é deserto, não dá pé”.

É esse sentimento de resistência e persistência e, sobretudo, de completa segurança no fazer artístico que dá a Saturno Retrógrado uma carga visceral, mesmo nos momentos mais quietos. Artista já acostumado a nadar contra a maré e os tubarões, D Mingus atravessou um Capibaripe de adversidades e saiu do outro lado com um discão. Agora quando alguém pedir pra tocar “aquele disco massa”, você tem mais um pra escolher.

Por Alexis Peixoto (site: O Inimigo)


D Mingus - Fricção (2013)

Escuta e download em: https://dmingus1man.bandcamp.com/album/fric-o

"Domingos Sávio é uma espécie de mago ou criatura fantástica que parece ter atravessado o tempo. Mantendo base na sonoridade firmada nos anos 1970, o cantor e compositor pernambucano traz no resgates específicos do que foi conquistado há três ou mais décadas o componente básico para abastecer as excentricidades sonoras e poéticas de Fricção (2013, Independente), terceiro e mais novo registro da carreira à frente do D MinGus. Filho pródigo do Krautrock e bastardo da psicodelia tropical que tomou conta da música brasileira no passado, o músico usa de cada uma das estranhas faixas que se espalham pelo disco como um exercício claro de experimentação.

Interessado na mesma essência nostálgica que acompanha o propósito da bandas como Cidadão Instigado e Mopho, Sávio atravessa o novo disco em um esforço constante de nítida descoberta. Completamente oposto das afinações com o Folk e o bucolismo acústico que decidiram os rumos dos trabalhos anteriores – principalmente o caseiro Canções do Quarto de Trás (2012) -, o músico e os parceiros de grupo trazem na convergência de elementos sintéticos um princípio para uma obra que vai muito além de qualquer limite prévio. Ora lisérgico, ora onírico, o álbum incorpora em cada escolha uma mutação sonora crescente, exercício que intencionalmente parece montado para confundir o ouvinte.

Não se deixe enganar, ainda que o Dream Pop essencialmente ambiental de Frágil penugem nos ares gelados, faixa de abertura do disco dê a entender que temos em mãos um trabalho de certezas, música após música o oposto dessa percepção é o que sustenta a recente obra de D MinGus. Apresentada logo em sequência, De corpo presente é um misto de Os Mutantes da fase progressiva com o romantismo brega de Odair José, um encontro que parece temperado pelas experiências tortas do Kraftwerk (ou seria Can?). Sobram ainda heranças volumosas de bandas como Neu! (Buraco no tempo-espaço) e até arranjos que esbarram em Secos e Molhados (Naturalmente punks), uma visita ao passado, sem desgrudar do presente.

Assim como a capa que acompanha o disco, Fricção é a abertura para um universo próprio. São formas instrumentais flutuantes, vozes que brincam entre o acessível e o esquizofrênico, além de uma variedade de sons que se alteram do princípio ao fim de cada nova música. Sem o compromisso em assumir qualquer esforço de linearidade, o disco faz de uma colagem imensa de ritmos e referências o princípio para abastecer a obra. Fino exemplo dessa transformação se encontra em músicas como Devoniano e Quatro ventos, afinal, enquanto a primeira brinca com a temática sintética do 8-Bit para depois se perder em um mar de arranjos voltados ao pós-rock, a segunda se permite flutuar em um misto de psicodelia e ambient music. Aproximações de natureza oposta, mas capazes de se encaixar no princípio ilógico do álbum.

No que tange a poesia incorporada por Sávio, o princípio talvez seja ainda mais torto e naturalmente inventivo do que as próprias melodias. São manifestações cotidianas, como àquelas expressas em De corpo presente e Vendo um meteoro passar, ou mesmo canções que se esparramam em referências próprias, matéria incorporada na formação da música de encerramento, O fantasma do underground. Entretanto, é na criação da biográfica Eno que o álbum se mostra curioso. Espécie de homenagem ao músico e produtor Brian Eno, a faixa se sustenta por quase três minutos reforçando a obra prévia do artista britânico, tudo isso enquanto um jogo de sons se relacionam diretamente com a sonoridade abordada durante toda a carreira do compositor.

Provavelmente o maior esforço no decorrer da obra não seja o de D MinGus ao brincar com as experimentações sonoras em um caráter desmedido, mas para o próprio ouvinte, em tentar se manter em pé a cada terreno tortuoso que o disco pavimenta. Fazendo valer o próprio título, Fricção se manifesta como um choque constante, um espaço instável entre ideias que se esbarram, absorvem e provocam o espectador. Divergência e convergência de ideias capazes de dançar em um composto sonoro de plena nostlagia e ainda assim, atenção com o presente."


Por: Cleber Facchi (site: Miojo Indie)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Retomando...


Última postagem datada em 24.04.13... Quanto tempo, hein ?!
De lá pra cá, o "Molho" de Graxa foi lançado na internet e depois teve uma caprichadíssima edição em vinil, lancei mais dois discos (o "Fricção" e o "Saturno Retrógrado"), a "Cena Beto" deu uma bombadinha, fechei as portas do quartinho do estúdio Pé-de-Cachimbo, deletei todo meu material na internet, a Cena Beto deu uma morgadinha, reinstiguei em desenhar, fazer quadrinhos, continuei gravando quando dava, mudei de endereço...
O fato é que a PdC Records continuou e continua existindo nem que seja momentaneamente de uma forma mais umbiguista.
Mas vamos às novidades (algumas nem tão novas assim) com relação ao selo-estúdio, durante esse hiato de tempo, que é o que interessa... Gravei uma participação no disco de estréia da Novanguarda (teclados nas faixas "Depois do Fel" e "Estava com você"), Juvenil Silva (guitarras, synths e pirações na faixa "De volta para o futuro em Recife"), Matheus Mota (synth em "Desenho")... o disco inteiro de Graxa, "Molho", foi gravado no quartinho da PdC Records, co-produzido por mim; duas faixas de "Jean Nicholas e a Bueiragem", disco homônimo do parça Jean Nicholas e sua lá-dele Bueiragem também foram gravadas e produzidas na PdC Records; as sessões de metais do "Almejão" de Matheus Mota... Lançamos esse ano lombras diversas com o companheiro Marditu - single do Marditu Soundz, EPzinho do Dastreva, single do DM Duo... rolou uma apresentação no Iraq minha com Grilowsky, que foi registrada em audio (e que representa uma parceria antológica entre a PdC e a Rádio Frei Damião) ... e, claro, meu disco mais recente, o "Saturno Retrógrado", que contou com a participação de várias pessoas queridas como Rama, Bonifrate, Daniel Liberalino, Júlio Ferraz, Juvenil, Zeca, Graxa...
Previstos para esse final de ano ou começo de janeiro: single de Juvenil gravado inteiramente no PdC, produzido por mim... "Katrabuk", livro-disco assinado pel'A Fantástica Kazoo Orquestra, baseado parcialmente no conto homônimo de Carlos Gomes.
Alguns trampos que estão no reino do porvir e que provavelmente se concretizarão em 2016: andei fazendo umas jamzinhas com Cláudio N que devem gerar alguns frutos; o mito Flaviola acenou para uma parceria; Gilmar Serra (músico-compositor talentoso, ex-parceiro de Ivinho e professor do Estado - um "colega de profissão") ficou de gravar algo comigo... Estou reunindo umas gravações antigas do Monodecks das primeiras formações pra lançar ... Deve rolar pelo menos algum single meu com meus queridos parceiros de banda agora em janeiro e - por que não ? - um disco cheio durante o ano...
No mais é isso... 2016 promete. Novas parcerias, ares, trampos... Fiquem ligados !
(P.S.: Vou atualizando essa joça na medida do possível)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Festival A Noite do Desbunde Elétrico Ano VII


Cartaz do evento produzido pelo Mosca de Padaria


Dia 17 de maio, à partir da 21 horas, tem show de D Mingus & a Fantástica Kazoo Orquestra, na sétima edição do Festival: A Noite do Desbunde Elétrico. 

Quem também se apresenta no festival é Aninha Martins, com todo o amor do mundo. Saquem o teaser feito pelo pessoal da Jacaré que tá prima, bicho.

Além de D Mingus e de Aninha Martins, teremos as seguintes apresentações:

Jean Nicholas; 
Juvenil Silva &
Zeca Viana.

Além de Projeções em Super 8.

Quem discoteca a noite é monstro Dj El Nuevo Barreto (Daniel Cara de Rato).

Sintam-se convidados.

Enquanto isso, você pode ir ouvindo a coletânea fazendo esse esquente. 



Mais informações vai à página do evento.